domingo, 9 de dezembro de 2012

PROFESSORES REALIZAM O CONSELHO DA IV UNIDADE E REFERENDA O RESULTADO FINAL DO ANO LETIVO DE 2012.

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Aluno faltoso também é problema da escola

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| Ensino Fundamental - Maria Inês Miqueleto
Conversar com os alunos que faltam sobre os motivos das ausências deles na escola é fundamental. Só assim será possível ajudá-los
Aqui na EE Profª Maria Aparecida dos Santos Oliveira, temos um grande problema: um número considerável de nossos alunos faltam muito Os motivos são bem variados: viajam em pleno período letivo, pedem para faltar e os pais acabam cedendo, perdem hora…
Sou coordenadora pedagógica responsável pelos 2º, 3º, 4º e 5º anos da escola, ou seja, fico responsável por alunos de 7 a 11 anos de idade. Nessa faixa etária, a total responsabilidade de encaminhá-los, diariamente, para a escola é dos pais ou de seus responsáveis.
Percebo que, em alguns casos, a falta de comprometimento da família para com a vida escolar da criança e a não valorização da escola são causas importantes dessa situação.
Faltar muito às aulas compromete o desenvolvimento progressivo das aprendizagens. Uma criança que falta à aula perde a oportunidade de interação com os próprios colegas, interação essa importantíssima para a aprendizagem e perde, principalmente, a sequência dos conteúdos.
O fato de existir alunos faltosos não prejudica somente a criança, mas também o trabalho do professor. Entre outros aspectos, compromete o planejamento da rotina semanal de trabalho, inviabiliza os agrupamentos produtivos (que consiste em agrupar os alunos com saberes diferentes, porém próximos) e impossibilita as intervenções pontuais com o aluno que falta muito, pois, geralmente, esses são os que apresentam mais dificuldades de aprendizagem.
O que a escola pode fazer para amenizar o problema?
A escola tem a obrigação de acompanhar a frequênica dos alunos e tomar providências, quando necessário. Na instituição onde eu atuo como coordenadora, trabalhamos a conscientização das famílias quanto à importância de não deixar a criança faltar. Isso é feito em vários momentos durante o ano letivo.
Na primeira reunião do ano, em que eu e a diretora reunimos os pais para apresentarmos a escola, falamos sobre o problema que as faltas acarretam e esclarecemos as providências que cabe à escola tomar diante do problema.
1-) A cada cinco dias letivos, os professores levantam os alunos que faltaram em dois deles e que não recebeu justificativas dos responsáveis. Preenchem um formulário (que disponibilizo a vocês aqui) e entregam às segundas-feiras para mim. A vice-diretora me ajuda nesse trabalho. Entramos em contato, por telefone, com o responsável das crianças para sabermos o que está acontecendo e o motivo das faltas. Nesse momento, aproveitamos para explicar as perdas que acarretam as faltas. Damos continuidade aos registros da professora no respectivo formulário, pois esse, ao final, vai para o envelope do aluno no arquivo pedagógico. Quando o pai não atende o telefone, enviamos um comunicado aos responsáveis, via moto taxi, para comparecerem à escola. Quando comparecem, registramos a conversa.
2-) Bimestralmente, nas reuniões de conselho de classe e série, levantamos os nomes dos alunos que tiveram faltas em excesso. Monto um relatório, com todos os registros do que a escola já tenha feito em relação aos contatos com os responsáveis. A diretora faz um ofício e encaminhamos ao Conselho Tutelar.
Além disso, oriento os professores para colocarem na pauta das reuniões de pais o item “aluno faltoso”. Trata-se de um momento em os professores apresentam os trabalhos realizados no bimestre que terminou e o planejamento do próximo É uma forma de comprovar para os pais como as faltas prejudicam os alunos Nas reuniões, os docentes ainda apresentam aos responsáveis de alunos que faltam muito as consequências acarretadas no desenvolvimento das aprendizagens. Os professores orientam os responsáveis para que sempre justifiquem a ausência do aluno, via atestado médico ou pessoalmente, para não incorrermos em injustiças para com a criança que está doente.
Outra orientação que sempre dou aos professores é a de sempre conversamos diretamente com os alunos faltosos, com dois objetivos bem claros: entender os motivos das ausências e motivá-los a não faltar.
O esforço é grande e o retorno nem sempre é equivalente. Mas é papel da escola fazer com que os alunos tenham oportunidade de aprender cada vez mais, não é mesmo?
E vocês, que providências tomam com relação ao aluno faltoso?
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Final de ano é tempo de avaliar os projetos, reconhecer os trabalhos dos professores e organizar a escola para 2013

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| Educação Infantil - Leninha Ruiz
Os professores precisam organizar, conferir e organizar todos os materiais dos alunos
Avaliar os planejamentos do 2º semestre, arrumar os armários, jogar fora ou recuperar materiais, entregar ou arquivar documentos, listar o que será preciso providenciar e dar uma devolutiva do trabalho de cada professor (avaliação do 2º semestre)….enfim tem muito serviço antes de entrar o recesso de final de ano.  A escola precisa ficar organizada e a equipe de gestão é responsável por toda organização final e preparação para o início do próximo ano letivo.
Aqui na escola elaboramos um plano de trabalho e aqui descrevo algumas ações dele:
Listagem de Alunos para montagem de classe de 2013:  Sempre montamos as turmas do próximo ano mesclando as crianças das diferentes classes e os novos.  As professoras de infantil 1, coletivamente por período, devem dividir seus alunos em 3 grupos (número de sala de infantil 2 para 2013) considerando as afinidades das crianças (as que são mais inseguras devem permanecer com colegas que lhes deem confiança), aquelas que entram em conflitos sempre (separar) e equilibrar os saberes (é fundamental que as turmas sejam bem heterogêneas).   As professoras do infantil 2 farão o mesmo porém em 2 turmas.
Pastas de Relatórios de Avaliação (dos alunos): Os relatórios do Infantil 1 e 2 permanecem na escola, os pais tomam ciência na reunião (se não puderam vir podem marcar um horário para conversar com o professor e ler o relatório). Os professores devem organizar as pastas numa caixa arquivo, por fora fixar uma listagem com o nome completo das crianças. Entregar para a auxiliar de secretaria e ela vai conferir com as fichas de matrícula.  Os relatórios do infantil 3 são entregues para as famílias, o professor deve providenciar uma folha com os nomes de todos os alunos e a família assina que recebeu.  Cabe ao professor entrar em contato com aquelas que não comparecerem na reunião para virem retirar a pasta.
Reunião de nível: Avaliamos todos os planejamentos desenvolvidos no 2º semestre, validando o que foi bacana e registrando o que não deu certo, o porquê e qual a sugestão, e replanejaremos no início do 2º semestre de 2013.
Avaliação dos Professores: A avaliação do final do ano é bem diferente da do 1º semestre, alguns professores vão para outras escolas, outros vão atuar em outro infantil e alguns continuarão no mesmo, o que precisava ser aperfeiçoado. O que poderia ser diferente já foi apontado para cada professor, agora o momento é de reconhecer o trabalho de cada um e ajudá-los a traçar metas para 2013.   Na reunião por nível (professores que dão aulas para turmas de mesma idade) elencamos os aspectos que devem nortear o trabalho do professor, distribuímos um impresso onde cada de nós (colegas e equipe de liderança) vai registrar uma qualidade do colega, o combinado é exaltar as qualidades de cada um. Cada professor recebe o seu e fica sendo um registro de avaliação de final de ano. A segunda parte da avaliação é cada um elencar uma ou mais metas que se propõem a aperfeiçoar para o próximo ano, fica livre para o professor compartilhar com o grupo ou não, é uma decisão pessoal.  Eu também elenco algumas metas para minha atuação (o difícil é selecionar apenas 2!!!), uma delas já defini: fazer mais encontros de formação com as estagiárias!
Organização da sala de aula: os professores precisam organizar tudo, conferir e organizar todos os jogos (lavar se possível), os que estiverem faltando peças notificar a direção, alguns podem completar os de outras salas, outros serão descartados por não servirem mais ao seu propósito (quebra cabeça faltando partes).  Sobras de materiais (papéis, impressos, etc) podem permanecer na sala para uso no próximo ano ou serem devolvidos para juntar com outros.  Um exemplo são as sobras de giz de cera, juntamos de todas as salas e separamos por cor, no recesso das aulas uma funcionária derrete (no micro-ondas) e coloca em formas de diferentes formatos e tamanhos,tubos de vitamina C efervecente, copinhos de acrílico ou outros.  Pode-se colocar duas ou três cores (é preciso passar vaselina líquida na forma antes), teremos giz novo feito com as sobras do ano anterior.
Bem, escrevi aqui algumas organizações que envolvem os professores e funcionários, ainda tem outras que cabem ao coordenador, diretor ou a equipe, como preparar a recepção dos professores no início do ano, dos alunos novos, das famílias e outras….essas ficarão para a 2ª quinzena de janeiro!
E as organizações da sua escola como são??
Um beijo, Leninha

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Confraternização de final de ano: a importância desse evento e o papel da equipe gestora

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| Educação Infantil - Leninha Ruiz

Na segunda semana de novembro deste ano, a escola recebeu uma equipe da saúde para fazer um trabalho de aferição da saúde (pressão, índice glicêmico, etc) e a enfermeira coordenadora do programa veio elogiar toda a equipe da escola. Ela estava impressionada com o clima bom do grupo, como todos tinham um bom astral, conversavam e apoiavam uns aos outros no momento de “perfurar o dedo” ou quando alguém demonstrava medo.  Ficamos bem contentes com os elogios e lembrando que nem sempre foi assim.
Trabalhar e conviver diariamente por 9 horas (sim, durante o almoço também estamos juntos!) é um desafio! Como já disseram “viver é fácil, conviver é que é difícil”.  Um grupo se constrói, e quem faz a mediação dessa construção é a liderança do grupo.  Eu e a Angélica (diretora da escola) viemos juntas para assumir a liderança da EMEI Pasquarelli, desde o princípio nosso compromisso foi o de respeitar o grupo, ouvir primeiro e aos poucos efetuar as mudanças e propostas que tínhamos.
A equipe de liderança sempre precisa ser o que Freud chama de “adulto na relação”:  sempre tem que ser o lado do bom senso, o que vai ceder, o que vai atrás e pede desculpas mesmo sabendo que está certo, o que primeiramente ouve e só quando os ânimos estão mais calmos faz as intervenções necessárias.  Temos que ser exemplo em tudo que exigimos do grupo, exemplo ao cumprimentar a todos, se preocupar quando o funcionário ou alguém da família fica doente, perguntar como foi de feriado, como estão os filhos, ouvir e ajudar aqueles funcionários mais desfavorecidos socialmente (temos vários!), lembrar dos aniversários, participar quando é convidado para o churrasco, casamento ou aniversário do filho, é assim que se constrói um grupo que se respeita, claro que desentendimentos e rusgas acontecem e procuramos agir de maneira a minimizá-los e restaurar um clima bom.
Concomitante a tudo isso, atuar positivamente nas relações entre os diferentes membros do grupo e aí entra a equipe como motivadora das relações sociais: organizamos os diferentes eventos ao longo do ano de maneira a assegurar a participação de todos os funcionários da escola: desde o café de boas vindas no primeiro dia do ano, a comemoração dos aniversariantes do mês, dia do professor, dar um bombom na páscoa, e organizar a confraternização de final de ano.
Motivar todos a participarem é nosso papel, como sou mais festeira já reservei o salão do meu prédio para a confraternização de final de ano e comecei a pedir ajuda justamente para aqueles que são referência no dia a dia da escola, todo grupo tem líderes ou seguidores, cabe à equipe gestora identificá-los e trabalhar em parceria, usar sua influência para o bom relacionamento do grupo.
Compartilhe conosco como sua escola organiza as confraternizações!
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A formação das turmas para 2013

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| Ensino Fundamental - Maria Inês Miqueleto
Eu e minha diretora levamos em consideração o perfil dos alunos e dos professores na hora de fazer a atribuição das salas
Quando o ano letivo se encerra, eu e a diretora começamos a pensar na composição das classes e das turmas de 2º a 5º Anos para o próximo ano. Na escola em que trabalho, a concepção para a formação das turmas de alunos está baseada no princípio da heterogeneidade. Nas salas de aula, encontram-se alunos com bom rendimento e outros que têm defasagens de aprendizagem. É importante formar classes heterogêneas, na medida em que não é somente na interação com o professor, mas também com os colegas que ocorre a troca de experiências e consequentemente o desenvolvimento.
Recebemos, para os anos iniciais do Ensino Fundamental, alunos a partir do 2º ano. Quando esses alunos chegam da rede municipal, são distribuídos em três turmas, nas quais permanecem até o 5º ano. Procuramos sempre equilibrar em cada turma o número de alunos e a quantia de meninos e meninas.
Para os veteranos, temos um item na reunião de final de ano que consiste em os professores fazerem um levantamento dos alunos de sua turma, que apresentaram relacionamentos ou comportamentos conflituosos com os colegas durante o ano.
Com essas informações, procuramos separar esses alunos no intuito de não serem prejudicados com relação à própria aprendizagem, não atrapalharem o andamento das aulas e também para que tenham bons relacionamentos entre seus colegas.
Com relação à distribuição das classes para os professores, cabe à diretora a atribuição.  Partindo da legislação pertinente à atribuição, conversamos para que cada turma seja atribuída para o professor que apresente o perfil mais adequado para atuar com a classe. Por exemplo, temos professores que têm mais o perfil para alfabetizar, enquanto outros para atuarem nos 4º e 5º anos.
Todos os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola Maria Aparecida possuem formação para atuar de 2º a 5º ano. Os professores, que estão há bastante tempo na escola, têm ficado, nos últimos anos, sempre com o mesmo ano. Também receberam formações, em ATPCs, voltadas para os anos os quais lecionam, por isso, já construíram perfis mais adequados para as diferentes turmas e para o currículo. Nesse sentido, procuramos não mexer na equipe, uma vez que os resultados são bastante positivos.
E sabem de uma coisa? Quando a equipe gestora pensa e planeja a composição das turmas e as atribui aos professores que apresentam perfil adequado a elas, os resultados são muito bons.
E vocês, que critérios seguem para compor as turmas do próximo ano letivo?
Um beijo, Maria Inês

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Bons exemplos de PPPs reais

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Inspire-se em modelos de projetos político-pedagógicos bem estruturados para elaborar o documento em sua escola


Ter um projeto político-pedagógico construído com cuidado é essencial para que toda a comunidade escolar conheça os objetivos educacionais que a instituição pretende atingir e os meios disponíveis para tanto.
Porém, muitos gestores têm dúvidas sobre como esquematizar o documento, que tópicos incluir e de que maneira apresentar cada informação. Nesse caso, uma possível fonte de inspiração é a leitura de documentos elaborados em outras escolas - desde que sejam exemplos bem construídos, que visem em cada área descrita as reais necessidades dos alunos, descrevam com atenção a clientela, levem em consideração os dados sobre a aprendizagem, estabeleçam com cautela o relacionamento com as famílias, relatem os recursos que a escola possui para ensinar e tenham diretrizes e planos de ação claros e objetivos.
Nos links abaixo, você encontra dois exemplos como esses:
EM Bernardo Ferreira Guimarães, de Rio Piracicaba - MG
- Projeto político-pedagógico
- Tabelas do plano de ação
Agrupamento de Escolas de Fazendas de Almeirim, de Portugal
- Projeto político-pedagógico
Quer saber mais?
CONTATO
EM Bernardo Ferreira Guimarães
, tel. (31) 3854-3037

BIBLIOGRAFIA
Planejamento Dialógico: Como Construir o Projeto Político-Pedagógico da Escola
, Paulo Roberto Padilha,
160 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3611-9616, 28 reais
Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico, Celso dos Santos Vasconcellos, 208 pág., Ed. Libertad, tel. (11) 5062-8515, 40 reais
Projeto Político-Pedagógico: Construção e Implementação na Escola, Cássia Ravena Mulin de Assis Medel, 128 págs., Ed. Autores Associados, tel. (19) 3249-2800, 29 reais
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domingo, 4 de novembro de 2012

A história local dos afro-descendentes

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Objetivos
Estabelecer relações entre passado e presente, discutindo mudanças e permanências nas relações sociais.
Estabelecer uma ponte entre o conteúdo estudado e sua vida cotidiana por meio de estudos da história local.
Compreender e valorizar elementos das culturas africanas e de afrodescendência.
Ampliar o conceito de cidadania, discutindo questões como respeito à diversidade, religiosidade e sincretismo, preconceito, direitos, inclusão.

Anos
7º, 8º e 9º anos

Tempo estimado

3 aulas e atividades extra-classe em prazo a ser definido pelo professor.

Material necessário
Câmeras fotográficas, gravadores ou mp3 player, computador com acesso à internet.

Introdução
A importância de se estudar a história de africanos e de afro-descendentes está relacionada às profundas relações que guardamos com a África. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros.

Entendemos que história do Brasil e história da África estão intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão sobre, por exemplo, a escravidão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil antes e após a independência política.

Nessa perspectiva, não podemos tratar a questão africana apenas do ponto de vista da escravidão, como se fosse uma questão isolada e superada pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Um ponto de partida para ampliar nossa visão e tentar superar as visões estereotipadas sobre o tema é procurar recuperar os elementos da resistência negra, suas formas de luta e de organização, sua cultura, não apenas no passado, mas também no tempo presente.

Desenvolvimento
1ª. etapa
Comece o trabalho explorando com os alunos os elementos da história africana e/ou da presença africana na História do Brasil que eles já tenham estudado. Procure levantar os conhecimentos dos alunos acerca das relações sociais estabelecidas, das visões que foram construídas sobre africanos e afro-descendentes no Brasil, sobre a cultura africana e/ou a mescla de culturas que se convencionou chamar "cultura brasileira" com forte influência de elementos africanos. É possível que surjam respostas que remetam a determinados assuntos como alimentação, música, dança, lutas e religiosidade. Se não surgirem, instigue-os a refletir sobre a presença ou ausência desses elementos no modo de vida deles.

Após essa conversa inicial, convide os alunos para explorar o site www.acordacultura.org.br, que mostra informações sobre a cultura negra africana em forma de jogos, livros animados, vídeos, músicas e textos. Dica: veja textos sobre a importância da cultura negra na coluna da esquerda da página inicial - "valores civilizatórios".

A exploração do site é apenas um ponto de partida para a discussão que poderá ser fundamentada em conhecimentos anteriores dos alunos, de acordo com os conteúdos previstos no currículo de História, como:
- História da África, incluindo elementos da cultura e religiosidade etc. (o período variando de acordo com o ano/série dos alunos).
- Escravidão no Período Colonial e/ou no Período do Império. As lutas e as formas de resistência, e elementos da cultura trazida pelos africanos.

Proponha aos alunos um trabalho de investigação da presença da cultura negra na localidade e das relações sociais estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos, por meio de entrevistas. O objetivo é fazer com que os alunos percebam as relações entre o passado (os conteúdos estudados em História) e o tempo presente, observando as mudanças e permanências nas relações estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos e da situação dos afro-descendentes na sociedade brasileira. Essas pesquisas podem ser incluídas em um blog produzido pela classe. Será um espaço de debate virtual em que os alunos da escola e os moradores da comunidade local poderão trocar idéias sobre o assunto.

2ª etapa
Agora é o momento de planejar as entrevistas. Divida a turma em grupos de quatro ou cinco alunos e faça a mediação dos seguintes pontos:

- O levantamento de afro-descendentes que sejam moradores antigos da localidade para serem entrevistados.

- Combinar com os alunos se as entrevistas serão realizadas na escola ou na casa dos entrevistados.

- Elaborar as questões que serão feitas aos entrevistados. Exemplos de coleta de bons depoimentos podem ser encontrados no portal do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net).
O questionário deverá ter:
Nome
Idade
Há quanto tempo mora na localidade,
Profissão, atividades que exerceu
Religião
O lazer no passado e no presente
Os tipos de música e de dança preferidos do passado e do presente
Se sofre ou já sofreu discriminação por ser afro-descendente
Participa de organizações como clubes, associações de moradores, ONGs que lutem pela defesa dos direitos dos afro-descendentes
Outras questões sugeridas pelos alunos a partir dos estudos realizados

- A definição das formas de registro da entrevista

- Reforçar com os alunos a importância do respeito aos entrevistados.

- O estabelecimento de uma data para que os materiais coletados sejam levados para a classe.

3ª. etapa
Os grupos de alunos deverão realizar as seguintes atividades:

- Contatar os moradores escolhidos, explicando o objetivo da entrevista.

- Gravar as entrevistas com equipamentos de áudio (gravadores, mp3 player etc.)

- Pedir permissão para fotografar os entrevistados

- Perguntar se eles possuem fotos antigas ou outros objetos e se permitem que eles sejam fotografados para compor o trabalho final.

No retorno do trabalho, em sala de aula, você deverá mediar a socialização das experiências de cada grupo por meio da discussão:
- como se deu a interação com os entrevistados
- quais foram as informações obtidas
- as semelhanças e diferenças entre as respostas dos entrevistados

4ª. etapa
A partir das entrevistas e dos materiais coletados, é possível recuperar um pouco da história das relações sociais na localidade, da presença (ou não) de discriminação de afro-descendentes e de elementos da cultura de origem africana.

Produto final
O material coletado pode ser organizado:
- em um painel com fotos e informações escritas
- elaboração coletiva de um blog que poderá conter as gravações das entrevistas, depoimentos de alunos sobre o tema, mudanças e permanências nas relações sociais na localidade, espaço para postagem de sugestões sobre a formas de combate ao preconceito e à discriminação racial.

Avaliação
Os pontos que deverão ser avaliados são:
- envolvimento e participação dos alunos nas discussões em grupos
- pertinência das informações e dos materiais coletados
- organização e clareza das informações no painel e nos textos e áudios postados no blog.
Quer saber mais?
Bibliografia
BARBOSA, R. M. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed.
BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo, Cortez.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. Companhia das Letras.
LUCENA, Célia Toledo. Artes de lembrar e de inventar: (re) lembranças de migrantes. São Paulo, Arte & Ciência.

Na internet
Pt.wikipedia.org/wiki/Podcast
informatica.hsw.uol.com.br/web-206.htm
www.acordacultura.org.br
aldeiagriot.blogspot.com
www.arteafricana.usp.br/index.html
www.palmares.gov.br
www.ritosdeangola.com.br/news.php
www.capoeiradobrasil.com.br

Materiais para aprofundar a discussão sobre racismo:
www.dialogoscontraoracismo.org.br
Consultoria Eliete Toledo
Professora de História e co-autora das coleções didáticas "História: conceitos e procedimentos" e "História: cotidiano e mentalidades".
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Literatura na escola - 6º ano: A narrativa de Graciliano Ramos

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Introdução
Esta é a segunda de uma série de 16 sequências didáticas que formam um programa de leitura literária para o Ensino Fundamental II. Veja, ao lado, o conteúdo completo.

Objetivos
Estimular o gosto pela leitura;
Desenvolver a competência leitora;
Desenvolver a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade e o senso crítico;
Estabelecer relações entre o lido / vivido ou conhecido (conhecimento de mundo);
Conhecer / exercitar alguns elementos básicos da narrativa;
Discutir relações de diferença / discriminação.

Conteúdos
Elementos da narrativa: narrador, enredo, personagens, tempo, espaço e tipos de discurso;
Conceitos de real e imaginário;
Conceitos de Diferença, Tolerância, Preconceito e Discriminação.

Tempo estimado

Cinco aulas

Ano
6º ano

Material necessário

Livro A terra dos meninos pelados. Graciliano Ramos, 88 págs, Editora Record, tel (21) 2585 2000, preço 24,90 reais.

Desenvolvimento

1ª etapa: Antecipação/ Sensibilização
Pergunte aos alunos se eles já ouviram falar de Graciliano Ramos (1892-1953) e se eles conhecem alguma obra que ele publicou. Conte à turma que, quando o escritor alagoano decidiu produzir livros para crianças, já era um nome conhecido na literatura brasileira e havia publicado duas importantes obras adultas: São Bernardo, de 1934 e Angústia, de 1936.

Explique à classe que, em 1937, Graciliano Ramos resolveu concorrer a um prêmio literário proposto pelo Ministério da Educação e inscreveu uma história não muito longa e bastante original, chamada "A terra dos meninos pelados", que será lida pela turma nas próximas aulas. A narrativa foi a vencedora, mas não contou com muitos apreciadores na época.

Em seguida, peça que os alunos leiam os dois primeiros capítulos do livro e discuta com eles o conflito vivido pela personagem principal. Raimundo era diferente dos outros meninos? Como? Por que os outros meninos mangavam dele? Pergunte se a classe concorda com a atitude dos outros meninos e como acham que Raimundo se sentia. Discuta a ideia de preconceito e respeito às diferenças.

2ª etapa: análise dos dois primeiros capítulos - tipos de discurso
Peça que os alunos observem que, nos capítulos 1 e 2, poucas vezes a personagem principal fala. Questione a classe sobre o motivo dessa ausência de voz. Em seguida, pergunte se nesses capítulos predomina o discurso direto ou indireto (lembre a turma dos conceitos aprendidos na primeira sequência didática desta série, sobre o livro "Rick e a girafa", de Carlos Drummond de Andrade). Peça que transcrevam as ocorrências do discurso predominante.

Observe que Raimundo fala pela primeira vez apenas no capítulo 2: "- Era melhor que me deixassem quieto, disse Raimundo baixinho." Pergunte à moçada por que ele demora a falar? Por que fala "baixinho"? O que essa fala revela?

Para a aula seguinte, peça que os alunos leiam o 3º capítulo do livro.

3ª etapa: Análise do 3º capítulo - tipos de discurso e foco narrativo
Retome os dois primeiros capítulos de "A terra dos meninos pelados", e comente com a turma que, neles, predomina a voz do narrador:

- "Havia um menino diferente dos outros meninos".
- "Um dia em que ele preparava com areia molhada a serra de Taquaritu e o rio das Sete Cabeças, ouviu gritos dos meninos escondidos por detrás das árvores..."

Comentar que, a partir do capítulo 3, começa a aparecer mais intensamente a voz de Raimundo e peça que os alunos arrisquem uma interpretação. Por que isso ocorre?

Uma possível explicação é que, a partir do momento em que Raimundo transfere-se para o mundo imaginário, diminui a aparição do narrador em 3ª. pessoa. Isso não quer dizer que, de uma hora para outra, a história muda de foco narrativo (retomar o conceito de foco narrativo discutido na leitura de "Rick e a girafa"). Pelo contrário, o narrador continua seguindo a trajetória de Raimundo, só não interfere em momento algum com descrições, comentários, explicações, deixa Raimundo dialogar, conviver com seus novos amigos sem a presença de um adulto ou voz autoritária. Por esse motivo o discurso direto permeia toda a história.

4ª etapa: O real e o imaginário
Peça que os alunos respondam por escrito:

1- No capítulo 3, Raimundo resolve momentaneamente o seu problema. Para onde Raimundo vai?
2- Essa viagem é mágica? Justifique.
3- No mundo imaginário, não se busca a lógica dos fatos, nem a realidade concreta, lá tudo é possível e todas as coisas podem acontecer. Como é a terra dos meninos pelados? Descreva-a.
4- No mundo imaginário, por mais iguais que as crianças sejam, ainda assim, mantêm diferenças que as distinguem. Que diferenças são essas? Retire do texto fragmentos que comprovem sua resposta.
5- Durante toda a narrativa, Raimundo tem consciência da realidade. Considera a terra imaginária excelente para se viver, mas sabe que deve voltar para a realidade. Retire do texto fragmentos que indicam lembranças que ele tem do mundo real.

Peça que os alunos leiam em casa os demais capítulos do livro.

5ª etapa: diferença e discriminação
Discuta oralmente com a classe os seguintes pontos:

1- Logo que Raimundo vê as crianças, algo semelhante ao mundo real lhe acontece. O que acontece? Como Raimundo reage?
2- Sardento propõe a Raimundo um plano. Que plano é esse?
3- O que Raimundo acha desse plano? Qual o conselho ele dá ao amigo?
4- A atitude de Raimundo é contrária à que toma no mundo real? Por quê?
5- O nome "Raimundo" significa "protetor" ou "sábio". Indica uma pessoa que tende a se isolar, pois é muito rigorosa consigo mesma e supervaloriza as virtudes e opiniões dos outros. Porém, quando essa pessoa se conscientiza de sua própria importância, torna-se capaz de dar apoio e conselhos valiosos a todo mundo. Tendo como base a informação sobre o nome "Raimundo", você considera coerente com a atitude da personagem principal, no momento em que ela orienta Sardento?
6- No capítulo 11, os novos amigos de Raimundo querem lhe dar outro nome: "Mundéu" ou "Pirundo". Por qual motivo Raimundo não deseja trocar seu nome?
7- "Raimundo diz para Sardento que o fato de ele ter sardas na pele não muda nada, já que todos o amavam". Essa atitude revela um amadurecimento de Raimundo?
8- A terra dos meninos pelados, segundo a estudiosa Regina Zilberman, pode ser julgada como um texto politicamente correto, ao falar de pessoas perseguidas pelos preconceitos da sociedade, que sabem dar volta por cima, não por se adaptarem aos valores predominantes, mas por se aceitarem como são. Vocês concordam com a opinião da autora? Considera que Raimundo volta para a realidade mais forte para encarar os preconceitos?

Avaliação
Em uma aula, individualmente e com consulta ao livro, entregue questões que contemplem os elementos trabalhados anteriormente (tipos de discurso, narrador, realidade/imaginação e diferença/discriminação) e peça que os alunos respondam por escrito.
Quer saber mais?
Bibliografia
- A terra dos meninos pelados. Graciliano Ramos, 88 págs, Editora Record, tel (21) 2585 2000, preço 24,90 reais.
- Como e por que ler a literatura infantil brasileira. Regina Zilberman, 184 págs, Editora Objetiva, tel (21) 2199-7824, preço 36,90 reais

Internet
No portal Brasil Escola, você encontra mais informações sobre elementos da narrativa
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